Eu estava sentada na cama,em meio daquela bagunça.Confusa,peguei um caderno e comecei à escrever.“O que temos aqui ? Uma lâmina,uma faca,uma bolsa de lápis e algumas revistas.A janela está aberta e está escuro.Não seria nada mal fazer um pedido agora.Essa corda está estrangulando meus pulsos,está insuportável! Por pouco não fico presa lá.Eu já estava ficando com medo dos meus pensamentos…”
Fiz uma pausa com um belo suspiro.Não sabia o que escrever,então me coloquei de pé,olhei pela janela,vi aquela escuridão morta,quieta,parei por segundos na beira da cama e fiquei olhando.Balancei a cabeça,peguei o caderno e voltei para se sentar na janela.“Eu não fui presa por que eu quis.Ele me obrigou,dizendo aquilo tudo.Talvez seja coisa da minha cabeça e eu tenha inventado algo imaginário.Mas eu não estou decidida,estou quase pulando essa janela para voltar atrás.Eu o deixei sem explicação,será que adianta ? Minha cabeça está uma montanha russa,e estou muito enjoada com isso.Ela não para um segundo para eu refletir,ou talvez eu não queira que ela pare.Enfim…”
A porta fez barulho.Ele estava ofegante,e seus olhos pediam explicação.Eu entrei em estado de choque,parei,não reagi.Com a mão na maçaneta,ele gritava delicadamente para aquele sumiço.Para a surpresa dos dois,eu peguei a lâmina e simplesmente me cortei.Não houve sangue quase,não houve dor.Era apenas o que eu estava escrevendo,eu não fiz nada.Com toda calma do mundo,eu rasguei a folha do caderno,joguei no chão e olhei para ele.
- Isso não está me fazendo bem.Tu não existe,não aqui.Eu quero o teu bem,eu quero o MEU bem,mas infelizmente tu não está incluído na minha realidade,mesmo que ela não seja das melhores e que tu seja o que eu defino PERFEIÇÃO.
Pulei a janela,saí correndo rumo ao cemitério.Ele ficou na janela,sem entender o que eu quis dizer.Ele mal pode ter implorado.Do meio da rua,a casa já tinha desaparecido e o cemitério já podia ser avistado.Pedi carona para um carro com 3 gurias e fui para lá.Estava livre, e me sentia arrasada.
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